A realidade da profissão

08/05/2010 15:46

  O jornal Zero Hora proporcionou que milhares de estudantes do RS ouvissem um pouco da prática de quem vive a adrenalina que é a profissão de jornalista 

Trezzi em um dos raros momentos de sorriso durante a palestra. Foto: Letícia Costa

Um semblante fechado com tom engraçado, característica do gaúcho na qual se encaixa o repórter especial do jornal Zero Hora, Humberto Trezzi. Foi ele quem palestrou na noite da última terça-feira, (04/05), no auditório Elisabeth Lee do Centro Universitário Metodista, do IPA.

Em comemoração aos 46 anos que o jornal completa neste ano foi realizado em 18 universidades do estado o evento Jornalismo em pauta: um encontro com Zero Hora.

Por duas horas Humberto Trezzi trouxe para o público formado por estudantes e professores a realidade da profissão, o lado bom e o ruim. Começou logo tratando de um assunto delicado e revoltante para os bacharéis em Jornalismo, a não exigência do diploma para o exercício da profissão. Segundo Trezzi, para a RBS o diploma é indispensável e não há motivo para que se contrate jornalistas sem diplomas, sendo que centenas de jornalistas diplomados querem uma vaga no grupo.

- Talvez isso mude na questão dos colunistas, pessoas que trabalham a muito tempo com determinado assunto possam escrever para o jornal. Mas para o trabalho diário eu acredito que irá continuar a exigência – comenta.                                                  

Especialista em matérias criminais, Humberto ressaltou que a Zero Hora é o único jornal que traz diariamente manchetes na capa sobre o assunto. Com 26 anos de profissão ele desfaz o rótulo que lhe foi atribuído ao longo dos anos de trabalho.

- De repórter especial eu só tenho o crachá. Chego todo dia na redação e não sei o que me espera – conta.

Na rotina diária cada jornalista do jornal ganha de duas a três pautas para fazer. Trezzi costuma fazer uma matéria considerada “complicada” e mais sua coluna, ou duas “médias” e a coluna.

- Quando me convidaram para fazer a coluna eu disse que fazia se me pagassem a mais por isso. Acho que sempre temos que ser remunerados a mais pelo que fazemos, exceto coisas eventuais – explica.

Caracterizado por ser um jornalista de denúncia e acusações, ele acha que esse é um dos lados negativos da profissão.

- Eu me sinto constrangido de acusar alguém, quem sou eu para fazer isso? Essa parte é difícil, às vezes a gente se sente bem mal – desabafa.

Desfazendo um conceito jornalístico, ele acha que não existe jornalismo investigativo. Para ele, todo jornalismo por si só deve ser investigativo. O que se utiliza de artifícios como câmera oculta e repórter sem identificação deve ser chamado de jornalismo de infiltração. E nesses casos ele encerra deixando o conselho:

- Vocês tenham cuidado, quando envolve algum crime, tu nunca sabes realmente com quem está falando...

 

Letícia Costa

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